quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Entrevista: Nervosa!

    Nervosa, uma grande promessa do Thrash Metal, power trio formado pela baterista Fernanda Terra, pela baixista e vocalista Fernanda Lira e pela guitarrista e segunda voz Prika Amaral, que respondeu gentilmente essa entrevista. A banda lançou esse ano no Brasil o Demo 2012, que no exterior foi lançado com o título de Time Of Death em formato de Vinil, com as mesmas faixas, mas com uma arte da capa diferente. A banda está preperando seu debut-full lenght que tem lançamento previsto para o primeiro semestre do ano que vem.

01.  Saudações Prika e Nervosa! Primeiramente gostaria de parabenizá-las pelo grande traballho que estão desempenhando com a Nervosa e pelas grandes músicas que a banda já nos presenteou. Sei que isso é um pouco chato, mas nos conte um pouco sobre o início da banda.
      Prika: Em 2009 eu tocava numa banda de Death/Thrash o Innervoices, e estávamos procurando por bateristas a meses, em fevereiro de 2010, um amigo meu citou a Fernanda Terra com uma boa baterista, fiquei curiosa e fui conhecê-la, logo de cara já surgiu a vontade e a idéia de começar uma banda de thrash só de mulheres.

02.  Como tem sido a repercussão do primeiro Demo e EP da banda? Por que lançar no Brasil o Demo e no exterior um EP em vinil, sendo que são as mesmas músicas? E por qual motivo decidiram mudar o título também? Porque o Demo foi intitulado 2012, e o EP Time Of Death.
      Prika: A repercussão tem sido muito positiva, demoramos um pouco pra lançar pelo fato das negociações com a gravadora, então isso causou um pouco de suspense e curiosidade na galera, as vendas estão indo muito bem, e 98% é só elogio, mas criticas construtivas são muito bem vindas também. A demo lançamos de forma totalmente independente, sem participação nenhuma da gravadora, pois para a gravadora lançar uma demo aqui, teria que vender num preço meio alto pra uma demo e não compensaria pra ninguém, já o EP foi totalmente bancado pela gravadora, eles queriam algo bem exclusivo, por isso eles quiseram nome e capa diferentes, aliás só é vendido lá fora, tem algumas lojas vendendo mas é na base da importação própria.

03.  Inclusive achei muito foda a capa do Demo que saiu no Brasil... Quem a fez foi o mesmo artista que produziu a capa do vinil?
            Prika: Não, a capa aqui no Brasil foi o JP Carvalho, inclusive ele era o vocalista da banda que eu tocava antes da Nervosa, o Innervoices. E a capa do EP foi o gringo Andrei Bouzikov.

04.  Como foi o processo de gravação do vídeo clipe da música Masked Betrayer? Ficaram satisfeitas com o resultado final do mesmo e com os frutos colhidos?
Prika: A gravação do clip foi total improvisação, resolvemos tudo na hora, gravamos em dois dias durante o carnaval desse ano na minha casa, mais especificamente no meu quarto e em uma viela próxima. Valeu muito a pena, pois lembro que combinamos uma meta de 100 views por dia, e na verdade em menos de 24hs foram 4.000 views ! Recebemos até uma menção honrosa do You Tube como o 17º
  vídeo mais visto da semana ! Além disso, foi depois do clip que conseguimos empresário, gravadora e abertura de alguns shows gringos.

05.  Não há como negar que vocês são meninas muito atraentes... Como pretendem administrar isso? Como fazer para que a banda soe “true” e não “trend”?
Prika: Não existe nada mais sincero do que ser verdadeiro, fazemos o que queremos e o que gostamos, independente se isso é ser true ou não. Muitos gostam de criticar e julgar, mas isso são infantilidades que nós não nos preocupamos, não temos a pretensão de agradar a todos, e sim fazer nosso som do jeito que gostamos para quem quiser gostar.

06.  Pode-se dizer que vocês utilizam o fato da Nervosa ser uma banda só de mulheres como marketing, concorda? Tanto que no site da banda existe a inscrição: “All female thrash metal band”... Sempre foi da vontade de vocês terem uma banda só de meninas? Não colocariam sob hipótese alguma um homem na banda?
Prika: O foco sempre foi e sempre será na música, o fato de sermos todas mulheres é um detalhe. Sim, claro, isso aparentemente ajuda sim ! Em outras partes atrapalha, pq do mesmo jeito que causa curiosidade de quem nunca ouviu, causa preconceito também, banda só de mulheres chama atenção porque ainda é meio raro e nem se compara ao número de bandas só de homens. Mas essa atenção não dura, é só até todo mundo conhecer, pois o sucesso só vai permanecer se a música realmente for boa, isso a gente só vai saber com o tempo, mas independente disso o thrash corre por nossas veias, e vamos continuar fazendo isso, buscando evolução e melhorando cada vez mais.
A intenção é não colocar homem na banda, mas nunca diga nunca, não sabemos se encontraremos boas musicistas se houver necessidade.

07.  Já existiram e ainda existem muitas bandas que já possuíram mulheres em sua formação, como o Arch Enemy(Death Metal-Suécia), Hetroertzen(Black Metal-Chile), Astarte(Black Metal-Grécia formada somente por mulheres), Miasthenia(Black Metal-Brasília), Nocturnal Worshipper(Black Metal-Rio de Janeiro), Valhalla(Death Metal-Brasília formada somente por mulheres)... Você diria que mulher em banda de Metal é “sucesso” na certa?
Prika: Nem sempre, está cheio de banda ruim com mulher como integrante, é um fato que chama mais a atenção, mas isso não é suficiente para prender a atenção. Um cara com uma melancia no pescoço vai chamar tanto a atenção quanto uma mulher na banda, mas o público só vai continuar vendo se tocar bem e for realmente bom.


08.  Que bandas que já possuíram ou possuem ao menos uma mulher em sua formação são de seu agrado?
Prika: Sacrilege, Chastain, Girlschool, tem outras bandas que não lembro agora que possuem boas vocalistas, mas como instrumentistas é difícil.

09.  Vocês já possuíram uma formação com outra menina na guitarra, que pelo que ouvi e li, a mesma saiu pela distância, pois morava em Curitiba e também por optar em não querer morar em São Paulo, estou certo? Não pensam em incluir uma segunda guitarra?
Prika: A banda sempre foi uma guitarra só, a Karen participou somente depois da entrada da Fe Lira em Agosto de 2011 e saiu em Janeiro 2012, foi muito pouco tempo, já estávamos costumadas com uma guitarra só, pois a Karen chegou a fazer no máximo 3 ensaios com a gente. Ela sempre fez o máximo para que desse certo, o problema mesmo foi a distância, nós precisávamos que ela estivesse aqui, mas por vários motivos ela não pode vir. Mas quem sabe depois de alguns álbuns a gente sinta vontade de colocar outra guitarra para mudar a sonoridade talvez, mas por enquanto preferimos explorar mais o lance de um Power trio mesmo, é o que está fluindo bem. 

10.  Falando em guitarra... Pelo que eu sei o Iron Maiden foi a primeira e única banda da história do Metal a usar três guitarristas... Você prefere o Iron com duas ou três guitarras? Acha que se podem usar três guitarras em uma banda de Thrash Metal ou é algo que não se encaixaria no estilo?
Prika: Pra música não há limites, sempre vai existir os que amam e os que odeiam, acho legal todas as fases do Iron Maiden, mas o mais incrível de ter 3 guitarras é o Steve Harris conseguir se destacar no meio de 3 guitarristas, isso sim é fantástico.

11.  Pelo que você me disse o novo álbum já está pra ser gravado... Quando começam as gravações e quando deve ser o lançamento? As músicas presentes no demo e no vinil (Time Of Death, Invisible Opression e Masked Betrayer) devem ser incluídas?
Prika: Esse primeiro álbum vai começar a ser gravado ainda em novembro, e contará apenas com músicas inéditas. Quanto ao lançamento ainda não sabemos data especificamente, mas será no primeiro semestre de 2013.

12.  Pelo site da banda vi que vocês já possuem uma série de patrocínios, inclusive a marca de acessórios de luta Tapout. Esses patrocínios fazem com que a banda consiga viver só de música?
Prika:Não, de maneira alguma, nenhum dos nossos patrocinadores nos paga, na verdade se trata de uma parceria, onde usamos os produtos e ajudamos a divulgar a marca.

13.  Vocês já conseguiram colher muitos frutos pra uma banda tão nova, concorda? Matéria na roadie crew, muitos patrocinadores, vídeo clipe, vinil lançado no exterior... Como você avalia todas essas conquistas em tão pouco tempo? Diria que o fato de a banda ser só de mulheres tem ajudado em todas essas vitórias?
Prika:O fato de sermos mulheres ajuda a principio porque chama atenção, mas a verdade é que banda só de mulheres não existe só a nossa, se conseguimos tudo isso é porque tem algum diferencial, não sei quais são os motivos, ainda é pouco tempo para se falar algo, mas sempre fizemos questão de fazer tudo com muito capricho e profissionalismo.


14.  O que você achou do Cavalera Conspiracy (a nova banda de Max e Igor Cavalera)? Eu tenho ouvido muito a banda, realmente viajo nos solos daquele guitarrista do boné (risos).
Prika: Marc Rizzo é sensacional nas guitarras, hoje em dia eu o considero como uma das maiores revelações, hoje em dia, nessa geração, é difícil encontrar um guitarrista com tanta personalidade em seus solos.
  
15.  Há pelo menos uma década vemos uma grande renovação mundial em bandas de Black/Death Metal, e muita pouca renovação em bandas de Heavy/Thrash Metal, posso estar falando alguma besteira, mas é o que eu vejo, você concorda? Quando se fala em Heavy/Thrash Metal pouco se fala em bandas novas... Por que apostar no Thrash Metal?
Prika: Existem coisas que não precisam ser mudadas para serem boas, o fato de escolher o Thrash como estilo, na verdade não é nem uma escolha, pois nascemos assim. É mesma coisa você perguntar pra alguém se a pessoa não se cansa de ouvir Motorhead ou AC/DC, bandas clássicas nunca vão deixar de ser ouvidas, e essas bandas sempre fazem as mesmas músicas e não mudam seu estilo, e todos continuam amando.


16.  Vocês são uma grande promessa do Thrash Metal mundial, uma das bandas novas do estilo que chamam mais atenção, seja pelo som ou por ser uma banda de mulheres... Vocês sentem algum tipo de pressão, peso, responsabilidade... Por
serem uma das poucas bandas a apostarem no velho e bom Thrash Metal atualmente?
Prika: A gente não sente essa responsabilidade toda, porque a gente acha que não somos tudo isso, se formos, pode ter certeza que sempre estaremos fazendo o nosso melhor, mesmo que precise de evolução, tenha certeza que estaremos correndo atrás disso.

17.  Falando em bandas novas de Thrash, saberia nos indicar algumas bandas promissoras no estilo?
Prika: Bom, no cenário nacional temos LeatherFaces, Angry, Fire Strike, Panndora (banda só de mulheres de heavy metal, não é banda nova, mas não é tão conhecida e vai estourar), Sinaya (banda só de mulheres de thrash metal), Vocífera (banda só de mulheres de death metal). Bom essas são as minhas apostas para o metal nacional.
           
18.  Vocês pretendem manter sempre a mesma linha sonora durante toda a carreira como o Destruction ou buscar fazer algo sempre diferente em cada álbum como o Metallica? Já conversaram sobre isso?
Prika: Não dá pra saber o que teremos vontade de fazer no futuro, mas grandes mudanças não devem ocorrer, pelo menos se eu estiver na banda.

19.  Você diria que o Destruction é a maior influência que aparece no som da banda?
Prika: Não digo a maior, mas sim um dos contribuintes, mesmo porque nossas influências são variadas e temos nossas particularidades. As bandas em comum, são: Slayer, Testament, Exodus, Kreator, Coroner, Overkill, Sodom, Sepultura, entre outras...

20.  Vocês já passaram por muitas bandas... Você diria que você e as meninas já se sentem como músicos experientes ou como se tivessem começando a tocar agora?
Prika: Não importa se você tem 20 anos de estrada ou 2 anos, você sempre terá coisas novas pra aprender. Sentimos que temos muito a fazer e a evoluir, isso é um investimento natural de quem quer chegar a algum lugar. Já vivemos muitas histórias, mas temos muito mais pela frente.

21.  No site da banda vi que suas maiores influências na guitarra são dos músicos que citarei a seguir, então por gentileza comente um pouco sobre cada um deles.
Prika: - Dimebag Darrel (Pantera): Ele é único, os melhores solos de guitarra pertencem a ele, pena que existe pouca coisa dele, gostaria muito de ter ouvido um cd solo dele, pena que ele morreu antes disso.
- Jimi Hendrix: Gênio, ele criou muitas coisas, um jeito de tocar que ninguém conseguiu copiar.
- Kerry King (Slayer): Personalidade, as alavancadas dele são uma das minhas maiores inspirações, o jeito como ele conduz e usa a microfonia é sensacional, sem contar que o Slayer toca em meio tom abaixo e soa mais pesado que muita banda que toca 2 tons e meio abaixo.
- Eric Peterson (Testament): Melodia e dinâmica dos solos são muito interessantes, soa diferente dos outros.
- Buddy Guy: 100% blues, ele inspirou o Hendrix, feeling único.
- David Gilmor (Pink Floyd): Ele permite a nós viajarmos nos solos, e eles não são complicados, são simples, mas o sentimento ao tocar faz a diferença, é fácil fazer um bom solo, com muitas técnicas, mas é difícil fazer um solo maravilhoso com o máximo de simplicidade possível, e isso ele faz perfeitamente.
- Gary Holt (Exodus): Um dos símbolos do thrash, as cavalgadas eu me inspirei aí, ele é o rei dos riffs thrash.
- Tony Iommy (Black Sabbath): Mesmo com limitações, ele prova ser ótima, a sequencia de notas em solos de Tony são muito interessantes, eles soam diferentes, uma dinâmica única, e sem contar que ele é outro rei dos riffs.

22.  Se você pudesse escolher um deles pra ser seu professor, qual seria? (risos)
Prika: É difícil responder isso, mas alguns eu descarto por não serem do metal, e o que me interessa a princípio é me aprimorar dentro do thtash. Mas eu escolheria o Dimebag por ser o mais completo.

23.  Provavelmente Jimi Hendrix já foi eleito por muitos como o melhor guitarrista da história da música... Claro é que muito complicado e talvez injusto eleger um músico melhor, em se tratando de tantos estilos musicais, assim como tantas vertentes que existem dentro do Rock, assim como no Metal... Mas você diria que Jimi foi o mais importante e um dos melhores da história da música e do Rock?
Prika: O mais importante eu não sei, mas ele foi muito importante, não só como músico, mas pelo comportamento também, que influenciou muitos e ainda influencia. O inovador nele foi o fato de nunca ninguém ter conseguido tocar como ele, mas não no sentido de tocar melhor ou com mais técnicas e precisão, mas sim ter inventado o que ele inventou e pela forma como tocava, principalmente por não seguir escalas exatamente, pelo feeling e pela variação de estilos, não dá pra dizer que Hendrix é blues, ou jazz, ou R&B, Hendrix é tudo isso e mais um pouco, não dá pra classificar um estilo, ele tocava tudo, no seu jeito fantástico.
       
24.  Cite por gentileza dez álbuns clássicos do Metal.
Prika:
A sequencia não significa nada, é difícil escolher, vou entrar em pânico quando eu lembrar de algum CD que deveria estar aqui. Acabei citando 11 porque não consegui tirar nenhum disco dessa lista. 
Death – Spiritual Healing
Vulgar Display of Power – Pantera
Kill’em All – Metallica
Schizophrenia – Sepultura
Bonded by Bloody – Exodus
Altars of Madness – Morbid Angel
Iron Fist – Motorhead
Ranning Blood – Slayer
Killers e Power Slave – Iron Maiden
Black Metal – Venon
Fear, Emptiness, Despair – Napalm Death

25.  Muito obrigado Prika e Nervosa! Desejo boa sorte na gravação e produção do novo álbum, estamos sedentos por novas músicas! Um abraço e vida longa a Nervosa!
Prika: Eu é que agradeço pelo espaço, obrigada, grande abraço e força sempre !







terça-feira, 30 de outubro de 2012

Dimmu Borgir - Abrahadabra!



Banda: Dimmu Borgir
Álbum: Abrahadabra - Gravadora: Nuclear Blast - Lançado em: 2010 - 10 faixas: 48:56
Formação: Galder (guitarra), Silenoz (guitarra), Shagrath (vocal e teclados), Snowy Shaw (baixo e vocais limpos), Daray (bateria)
Abrahadra é o último álbum lançado pelo grande Dimmu Borgir, o primeiro trabalho após a saída do tecladista Mustis, e do grande baixista ICS Vortex que também era responsável pelas majestosas passagens de vocais limpos. Paricularmente falando, eu aprecei muito esse trabalho, mas não há como negar que o Dimmu Borgir não é a mesma banda sem ICS Vortex, fica um buraco no som da banda, mesmo com as  maravilhosas passagens de vocais limpos produzidas pelo coral e pelo baixista Snowy Shaw. Novamente a banda usou uma orquestra assim como em Death Cult Armageddon, que realmente dá toda uma grandiosidade ao som do grupo. O disco é iniciado por uma ótima intro Xibir, contando com o coral e a orquestra. Em seguida a ótima Born Treachrous, que mostra um Dimmu Borgir inspirado, com um grande acompanhamento da orquestra, as estupendas guitarras de Galder e Silenoz: um grande dupla, o baixo de acompanhamento de Snowy e a bateria trabalhada de Daray. A terceira faixa do disco, que deu origem ao clipe do disco é Gateways, que conta com a participação da cantora da banda de rock Djerv, Agnete, destilando vocais bem doentios, é uma faixa agressiva e melódica, que mostra toda a criatividade da banda. As faixas a seguir mantêm o bom nível do disco, mas provavelmente e infelizmente o Dimmu Borgir nunca mais será a mesma banda sem ICS Vortex.




Tharsis - Portrait Of My Soul!


Banda: Tharsis
Álbum: Portrait Of My Soul
Lançado em: 2001 - Gravadora: Mutilation Records - 09 faixas: 38:12
Formação:  Lucas Fiori (baixo), Ricardo Rilo (vocais e guitarra), Jos Lago (guitarra), Thiago Nogueira (bateria)
Infelizmente uma grande banda que acabou. A Tharsis marcou minha adolescência, e foi uma das primeiras bandas de Death Metal que tive o prazer de ouvir. Eram conhecidos pela sua grande técnica, seguindo a linha  Melodic Death Metal, no melhor estilo Dark Tranquillity, Death... Chegaram a lançar uma demo, que eu possuo, mais sinceramente não me recordo o nome, pois a mesma foi me passada pelos integrantes da banda de forma improvisada, sem a capinha. O primeiro full-lenght e único da banda é o grande disco Portrait Of My Soul, que realmente é um trabalho de grande técnica e criatividade. Temos uma banda executando um Death Metal com forte melodia, e muita, muita variação: vocais rasgados do também guitarrista Ricardo Rilo (ex-Inoculation), e uma avalanche de grandes solos e riffs, da dupla Ricardo e Jos Lago(ex-Inoculation), mostrando um forte entrosamento e felling, acompanhados pelo baixo trabalhado de Lucas Fiori, e pelo monstro da bateria Thiago Nogueira (ex-Headhunter DC, ex-Ungodly), o cara é conhecido pela sua grande técnica e brutalidade com as baquetas. Tentem baixar o disco pela net, pois provavelmente o mesmo já está esgotado há muito tempo.


domingo, 28 de outubro de 2012

Miasthenia, a tríplice coroa!


  
 O Miasthenia é um dos grandes expoentes do Pagan Black Metal nacional e internacional, um grupo íntegro que vem trilhando uma jornada de pura honra desde 1994. Suas letras abordam o Paganismo, e seus hinos pagãos são entoados pela grande guerreira, Hécate, que também fica a cargo dos teclados. Resolvi comentar os três maravilhosos discos da carreira da banda: XVI (2000), Batalha Ritual (2004), Supremacia Ancestral (2008).
Discografia: Lament/Miasthenia (1995-Split), Para o Encanto do Sabbat (1995-Demo), Faun - Trágia Música Noturna (1996-Demo), Visions Of Nocturnal Tragedies (1998-Split), XVI (2008-CD), Batalha Ritual (2004-CD), Supremacia Ancestral (2008-CD), O Ritual da Rebelião (2011-DVD).



XVI                                                                                                                                                


Lançado em: 2000 - 08 faixas - Tempo total: 41:07 - Gravadora: Somber Music
Formação: Mist (baixo), Mictantecutli (bateria), Thormianak (guitarra), Hécate (vocais e teclados).
O primeiro disco dessa grande banda, já é um clássico de Pagan Black Metal em sua mais pura essência. Miasthenia nos brinda com grandes hinos pagãos, com grandes composições líricas e musicais, com os grandes vocais rasgados de Hécate e majestosas orquestrações de teclado, a bateria arrastada de Mictlantecutli, a guitarra melódica de Thormianak, e o baixo de acompanhamento de Mist. Tudo isso nos propícia um grande clima de pura melancolia, e de funebridade.



                                                                                        Batalha Ritual

Lançado em: 2004 - 09 faixas - Tempo total: 50:35 - Gravadora: Somber Music.
Formação: Mist (baixo), Mictantecutli (bateria), Thormianak (guitarra), Hécate (vocais e teclados).
Nesse segundo álbum o Miasthenia, amadureceu bastante musicalmente falando. Suas composições estão mais encorpadas, com grandes linhas de guitarra, com uma forte influência de Heavy Metal, as grandes orquestrações de teclados continuam, e os vocais de Hécate parecem estar mais vigorosos, assim como a bateria apresenta andamentos mais rápidos, com o acompanhamento do baixo de Mist.
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Supremacia Ancestral

Lançado em: 2008 - 08 faixas - Tempo total: 41:36 - Gravadora: Somber Music.
Formação: Mist (baixo), Hamon (bateria), Thormianak (guitarra), Hécate (vocais e teclados).
O último álbum até o presente momento do Miasthenia, solidifica a banda como um dos grandes expoentes do Pagan Black Metal mundial. As composições da banda continuam bem estruturadas,  só que agora mais extremas e agressivas, com mais peso e velocidade nos andamentos de bateria de Hamon, grandes bumbos, e a guitarra de Thormianak é um show de técnica e criatividade com influências do Heavy ao Black/Death Metal, os teclados atmosféricos e vocais rasgados de Hécate continuam intactos, acompanhados pelo baixo de Mist.




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Cavalera Conspiracy!



Pra quem não conhece o  Cavalera Conspiracy é  a mais nova banda dos irmãos Max e Igor Cavalera(ambos ex-Sepultura). A banda foi formada em 2007 e já lançou dois novos maravilhosos álbuns: Inflikted(2008) e Blunt Force Trauma(2011). O som da banda tem a bateria pesada e rápida de Igor Cavalera, com aqueles toques tribais a lá Sepultura; os grandes back vocals e solos de guitarra de Marc Rizzo, que ficam martelando na nossa cabeça, realmente o cara é muito bom; e o vocal clássico de Max Cavalera. Inflikted e Blunt Force Trauma seguem uma mesma linha de som, sendo que o segundo álbum da banda é mais melódico que o primeiro. A formação atual além dos irmãos Cavalera, conta com o baixista Tony Campos e o guitarrista Marc Rizzo(A foto conta com o antigo baixista Johny Chow). A banda estará fazendo uma tour pelo Brasil nesse fim de ano, as datas estão a seguir... Pra quem não conhece vale a pena conferir!

Inflikted:

Blunt Force Trauma:



Tour pelo Brasil:
15/11 - Rio de Janeiro (com o Krisiun)
16/11 - Belo Horizonte
17/11 - São Paulo (possivelmente com Slayer e Mastodon)
18/11 - Curitiba






segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Asmodeus!

Tem muitas bandas que nunca deveriam ter acabado, pelo menos tão cedo, e Asmodeus é uma delas. Essa máquina de destruição austríaca foi uma grande banda de Black Metal. Pensem ne uma banda extremamente técnica e brutal, essa era Asmodeus... Conseguiam realmente construir uma atmosfera de fim dos tempos em suas músicas, com muita velocidade e variação... Infelizmente só lançaram dois álbuns: Phalanx Inferna(2003) e Imperium Damnatum(2006).




domingo, 21 de outubro de 2012

Entrevista: Embalmed Souls!



Uma das grandes lendas do Brutal Death Metal mundial, Embalmed Souls, uma banda que vem trilhando um caminho íntegro durantes muitos anos, demonstrando sempre um grande profissionalismo na produção de seus registros e mantendo sempre a mesma linha sonora e ideológica. Embalmed Souls é Death Metal em sua mais pura essência! Essa entrevista foi realizada há um certo tempo atrás, respondida pelo baterista Paulo e deveria ter sido divulgada na terceira edição do meu fanzine impresso, o que infelizmente nunca aconteceu. Após a mesma o grupo lançou   o DVD Live The Forsaken Code(2011) e o Demo The Kingdom Of Fake Promises(2012). 

01.     Gostaria que comentasse sobre o mais novo material da banda, o Demo Six Rites Of Possession(2009).. Como foi o processo de composição e gravação do mesmo? Por que decidiram colocar as músicas de The Temple Of Bizarre Cult (2005) como bônus?
Paulo: Saudações Rodolfo & Penumbra zine! Six Rites of Possession é nosso mais recente material e consiste em 06 músicas até então inéditas, as quais foram gravadas ao vivo durante um ensaio. Na época, estávamos ensaiando para a pré-produção de uma nova demo, que seria gravada em estúdio. Então vínhamos fazendo algumas gravações de ensaio para corrigirmos as músicas etc. Entre os diversos ensaios que registramos, particularmente esse nos agradou mais. Gostamos bastante do resultado e optamos por disponibilizá-lo de forma oficial como nosso novo material. A opção pelo ensaio também acontece devido à nossa busca por uma produção mais natural, mantendo-se a fidelidade e identidade de nossa música. Particularmente, não gostamos de algumas produções excessivas em estúdio, bem como do abuso de triggers e demais recursos. Às vezes, acaba ficando algo muito artificial. Além do mais, esse clima de som ao vivo é algo que gostamos muito. Lembro-me também que essa cultura de gravações de ensaio era algo bastante comum antigamente, circulava muita coisa boa. Quanto à inclusão da demo “the temple of bizarrre Cult” como já falado é um bônus que possibilita o aproveitamento do espaço que ficaria inutilizado. Dessa forma, proporciona redução em nossas despesas, pois permite divulgarmos dois trabalhos distintos da banda na mesma mídia, facilitando o conhecimento de nosso trabalho entre aqueles que têm interesse em nossa música. 

02.     Comente por favor, sobre o nome do novo trabalho e seu contexto lírico.
Paulo: Acredito que “six rites of possession” seja uma continuação de nossos trabalhos anteriores. Seguimos um caminho definido e temos uma forma de conceber nossa música, não dando a mínima para intervenções externas ou novas tendências que a todo momento são inventadas por aí afora. São 6 músicas que mantêm as características que desenvolvemos desde o início da banda. Não temos pretensão de soar “inovadores” ou “criadores de um novo gênero”. Tocamos death metal conforme nossas influências e ponto final! As letras abordam temas como repulsa à igreja, questionamentos quanto à fé, abominações, heresias etc.   

03.     O Embalmed Souls já é uma lenda do Death Metal, formada em 1990 e trilhando um caminho notório até os dias atuais. Como você avaliaria a carreira da banda durante todos esses anos? Sempre estiveram na ativa?
Paulo: Ahahah! Não faça uso impróprio das palavras. Lenda é Motorhead, AC DC, Led Zeppelin... lenda é Possessed, Immolation, Bolt Thrower, Autopsy, Mantas, Vulcano, Headhunter DC, Mystifier... Em todo caso, temos uma história construída ao longo desses anos, da qual temos muito orgulho. Saber que há outras pessoas que gostam e admiram a banda é algo que enobrece nossa jornada. Mantemos nossas atividades ininterruptas desde o início. Através dos anos, aprendemos a lidar com certas situações e a superar eventuais dificuldades, unicamente movidos pela devoção em tocar a música que possui nossas almas: death metal! Acredito que essa permanência ativa também seja decorrente de uma grande amizade que temos entre nós, fortificada ainda mais durante esses anos.    

04.     A banda não possui nem CDs, nem Vinil, “somente” Demos em sua discografia. Isso foi uma opção da banda? Acredito que uma grandiosa banda como o Embalmed Souls tenha recebido muitas propostas de gravadoras pra lançar um registro prensado, certo?
Paulo: Essa é uma questão que nunca nos preocupou, sempre fizemos as coisas com o EMBALMED SOULS caminharem da forma como desejamos, sem qualquer interferência de nenhuma parte estranha à banda ou preocupação em adaptar-se a novos conceitos ou oportunidades de mercado. Estamos satisfeitos com a forma que disponibilizamos nosso material. Gostamos de demo e achamos um meio eficaz para divulgar nossa música. Não vejo diferenças entre uma demo com qualidade e um cd básico prensado e vendido a preços fora da realidade. Isso ainda se agrava nessa época de download pela internet. Enfim, se alguém não se interessa por demos, nos deixe em paz e escolha uma das dezenas de cds lançados mensalmente pelas mais diversas gravadoras. Sim, já tivemos algumas propostas, mas optamos por continuar à nossa maneira. Porém isso absolutamente não significa que nunca iremos registrar algo em cd. Nós respeitamos o trabalho de diversos selos. 

05.     Que outras bandas que só lançaram Demos são do seu conhecimento e agrado?
Paulo: Veja bem, como já falado, nós gravamos demos porque gostamos de demo. É um formato que nos agrada e satisfaz os anseios da banda. Não gravamos demos para seguir exemplo de tal banda. Não seguimos nada e nem ninguém que não seja nossa própria vontade. Não gravamos demo por que isso soa mais “assim” ou “sei lá como”. Não me interessam certos conceitos empregados de forma errônea por algumas pessoas. Não temos absolutamente nada contra cd e provavelmente poderemos gravar algo no futuro. Contudo, no momento, não temos planos efetivos para isso. Mas repito: o formato como divulgamos nossa música é satisfatório para nós. 

06.     Cite por favor, 10 Demos clássicas de Death Metal.
Paulo: As demos/ensaios/piratas do Mantas; Death; Massacre; Devastation; Morbid Angel; Pentagram; Obliveon; Dr. Shrinker... No Brasil Mutilator; Deth; Aamonhammer; Psychic Possessor; promo do Headhunter DC etc... 


07.     A sonoridade do Embalmed Souls é bastante mórbida, fúnebre... o que me faz lembrar do Incantation. Os nortes-americanos seriam uma forte influência?
Paulo: Esse tipo de “atmosfera” sempre cativou nossa atenção e orientou-nos na busca de uma característica que veio a contribui como fator diferencial atribuído a nossa música. Mas ressalto que esse processo é bastante natural, fruto de influências externas aliadas obviamente ao toque pessoal na hora da composição. Outra coisa que sempre nos preocupou: nós apreciamos rapidez, mas também consideramos essencial o peso. E é justamente a fusão desses elementos que tem sido nosso objetivo desde o início. Com absoluta certeza Incantation é uma grande influência para nós, uma banda que admiramos e respeitamos muito!

08.     E toda essa atmosfera fúnebre das músicas do Embalmed Souls... Você vê alguma explicação para isso? Apenas fatores naturais da música tocada por seres que desfrutam de um mesmo sentimento?
Paulo: Nossas inspirações provêm de nossos próprios sentimentos e são uma forma de prestar tributo à música que hipnotiza nossas almas há tempos: DEATH METAL! Pessoalmente temos algumas influências distintas, mas o ponto comum que mantém a banda ativa é justamente a devoção e o prazer pelo som que desenvolvemos; a admiração comum pela essência do Metal!

09.     É difícil fazer e manter a mesma qualidade de som durante tantos anos? Como buscar força para tal?
Paulo: Como eu já falei, a banda é uma forma de prestarmos tributo ao death metal. Sempre tocamos exclusivamente guiados por nossas influências, então a primeira cobrança quanto à qualidade das músicas é feita justamente por nós mesmos. Não tocaríamos algo de que não gostamos. Antes de termos a banda, somos também apreciadores de Metal e assim como todo mundo, já tivemos algumas decepções com bandas que modificaram drasticamente sua música. Portanto, a coerência passa também por respeitar aquilo que gostamos e que fazemos por prazer. Já fazemos concessões demais em nosso dia-a-dia, seja nas relações de trabalho, salário, subordinação a chefes, horário, prazos, etc. Se tivéssemos que modificar a música também, aí já seria escravização absoluta!

EMBALMED SOULS no America Rock Pub, Brasilia 22/08/2010 em EMBALMED SOULS no America Pub por Marcelo Metal ham Augusto

10.     E como anda o contato com os gringos? Você acredita que o Embalmed Souls possui um nome mais forte no Brasil ou no exterior?
Paulo: Não vejo diferenças. Eu mantenho contato e troco material com todo mundo que estiver disposto a fazer esse tipo de intercâmbio, independente da cidade ou país. Havendo respeito ao underground e ao trabalho de bandas fora do circuito mainstream, eu tenho o maior prazer em enviar nossas demos. 
 
11.     Aqui em Salvador está se tendo um grande problema... Não se acha fitas k7 virgens. Acontece o mesmo aí em Brasília? Esse foi um fator para que a banda tenha lançado os últimos registros em formato CD-R?
Paulo: Correto. Novamente as questões econômicas interferem em nossas opções. Tudo vira mercantilismo e as regras tiranas da economia se aplicam a tudo, mesmo ao simples hobby de colecionar tapes, discos etc... Antigamente, na época do vinil, fitas cassetes tinham um preço acessível. Havia marcas caras e outras mais baratas, mas havia opções. Quando do início do cd, a oferta e os preços dos vinis foram gradativamente caindo. As fitas continuavam por ali... quando foi surgindo o cdr, inicialmente o preço era muito caro. Depois de um tempo, o preço do cdr foi baixando e os cassetes ficando escassos... Escassez e procura sempre estimulam aumento do preço. Ou seja: aquilo que outrora era barato e acessível, hoje virou item de suposta cobiça, elevando seu preço de forma inaceitável. O mesmo aconteceu com os lps: quando da convergência em massa para o cd, as pessoas se desfizeram de coleções completas de lps por preço de banana. Hoje, esses mesmos discos são vendidos por uma fortuna! Lamentável. 

12.     Como andas a cena Metal aí em Brasília? Alguma novidade?
Paulo: Mesmo com alguns períodos de inércia, a cena no DF sempre foi bastante ativa, com excelentes bandas contribuindo para o panorama nacional. Acredito que haverá um constante aprimoramento e espero que se aprimorem também a organização de shows, pois desta forma, o DF não deverá nada a qualquer outro estado do país. Pessoalmente sinto falta de uma presença maior de fanzines. 

 

13.     Parece-me que a banda faz poucas apresentações ao vivo, estou certo? Quais são os motivos para que isso não aconteça? Quais as exigências da banda para tocar?
Paulo: A questão está ligada às condições oferecidas e à lábia desgraçada de alguns (des)organizadores de shows que ainda insistem em promover eventos(??) onde predominam a absoluta falta de seriedade no trato com a banda e com o público. Cobrar ingresso para um show onde não é oferecida aparelhagem mínima e ainda querer tratar o público e banda como meros “detalhes” é algo que discordamos. Nossas exigências são basicamente boa aparelhagem e passagem.

14.     Pelo que sei os materiais da banda são passados de forma bem restrita... Vocês não aparecem em revistas famosas, ou divulgam muito sua música, certo? Isso é uma forma de preservar a integridade do grupo?
Paulo: Nossa divulgação é basicamente no meio underground porque somos uma banda de origem e tradição underground. E é esse público que nos interessa. Não temos vontade e nem disposição de ter divulgação maciça, assim como não temos o menor interesse em saber o que críticos de supostas “revistas famosas” poderiam achar de nossa música.

15.     O Embalmed Souls pode ser considerada uma banda radical?
Paulo: Somos todos um bando de velho ranzinza, cabeça-dura e anti-social. Seguimos nosso caminho e não damos a mínima para influências externas. Temos uma autonomia e mesmo que isso traga certas limitações, convivemos muito bem com ela, pois permite manter nossa trajetória longe daquilo que não nos interessa.  

  EMBALMED SOULS no America Rock Pub, Brasilia 22/08/2010    Marcelo The Metal Ham Augusto

   16.   Qual sua opinião sobre o MP3?
Paulo: Não tenho nada contra mp3. Apoio o livre intercâmbio/troca de materiais sem fins lucrativos. O problema é que vejo algumas pessoas dando mais valor à forma do que ao conteúdo. Para mim, a música vem primeiro. Se a música é boa, será bem-vinda, independente de ser em tape, cd, cdr, vinil, mp3 ou seja lá o que for. Agora, se a música é ruim, torna-se dispensável qualquer tipo de embalagem que seja feita. Obviamente quanto ao formato eu prefiro os originais, mas essa é minha escolha. Se eu ainda opto por ter que ir ao maldito correio, pagar as taxas cada vez mais caras, enfrentar o péssimo atendimento e ainda ter que esperar dias para o material chegar, é uma opção que eu sigo. Se existe a possibilidade de fazer tudo isso digitalmente, mediante uma simples tecla, eu não vou perder meu tempo discutindo contra essa questão. Aliás, perder tempo com coisas que não dependem de suas ações e ficar se lamentando por isso é algo que eu não faço.

   17.  Qual é a importância dos zines impressos em sua opinião? Quais zines você destacaria no Brasil e no exterior?
Paulo: Fanzines sempre foram e sempre serão o fundamento maior de apoio às bandas underground. É um mecanismo de suporte essencial, seja na consolidação de nomes já existentes ou na possibilidade de divulgar novas bandas do meio underground que não têm condições de pagar jabás ou que mesmo não se subordinam aos ditames das revistas da moda. Obviamente há muito zine ruim e tendencioso, mas na essência, o trabalho de um fanzine é fruto exclusivo de dedicação e paixão. O material será resenhado, independente de ser uma demo gravada no fundo de quintal em um cassete VAT ou um cd gravado e mixado no Morrisound. Acho que deve prevalecer a análise da música, penso dessa forma. Mas novamente a questão financeira e as comodidades tecnológicas interferem naquilo que gostamos. Acredito que os custos de impressão e correios estejam fazendo os zineiros pensarem duas vezes quando vão realizar um novo número. Há excelentes zines (ativos ou temporariamente suspensos) como Medical Genocide, Metal Blood, Cursed Excruciation, Sepulchral Voice, Thundergod, Visão Underground, Necrosis, Supremacia Underground Revelações Abissais, Penumbra, Pagan Vastlands, Crypts of Eternity, Noise and Shit, Chaos Mag, Deadhead, Call to the Infernal Hordes, Bloody zine, Hellspawn, Desecration of Virgin, Unholy Terror, Necroscope, etc...

  18.    E os zines virtuais? Quais os pontos positivos e negativos desse tipo de divulgação em larga escala?
Paulo: Novamente aqui vem a questão do conteúdo. Se o zine for ruim, o fato de ser impresso é apenas mero desperdício de papel. Acredito que haja excelentes zines virtuais com uma proposta séria que se distancia dessa coisa banal de atuarem como meros canais de fofoca e propaganda fútil.

  19.  Vocês utilizam a imagem do Bode... O Embalmed Souls é uma banda Satanista?
Paulo: Essa é também uma imagem de negação da crença no suposto salvador dos pecadores, um claro distanciamento dos ditames da igreja, uma declaração de rejeição. Mas não seguimos nenhum tipo de regra ou doutrina filosófica que seja.

  20.   O Embalmed Souls é uma das bandas mais fiéis, honestas e cults da cena extrema mundial. Vocês sempre mantiveram intacta a sonoridade e ideologia da banda durante quase duas décadas de tributo ao Death Metal. Como você se sente tocando em uma banda de tal grandeza?
Paulo: Tocar bateria no Embalmed Souls é dos maiores prazeres que tenho. São poucos os lugares em que me sinto tão bem quanto tocando com o restante da banda. O Embalmed Souls é parte integrante da minha vida. É algo que faço com profunda dedicação. Sinto-me privilegiado por fazer parte dessa jornada ao lado dos meus amigos, em uma comunhão de esforços em prol da busca daquilo que sempre acreditamos e que sempre quisemos fazer. Poder manter isso ativo ao longo desses anos é certamente algo que me deixa bastante honrado.
 


 21.   Li no Psychosis Death Web Zine que vocês relançaram os dois primeiros Demos com versões remasterizadas. Isso aconteceu? Ainda existem cópias?
Paulo: Na verdade, a demo “Journey Through Bizarre” foi gravada e lançada em 1997. Porém, na época, não tivemos dinheiro para fazer a masterização, então lançamos assim mesmo. Finalmente tempos atrás conseguimos masterizá-la, então, como forma de disponibilizar esse material para quem tivesse interesse, resolvemos lançar as duas demos na mesma mídia (1997 “journey through bizarre” + demo 1999 “become vengeance, become wrath”).

EMBALMED SOULS no America Rock Pub, Brasilia 22/08/2010    Marcelo The Metal Ham Augusto

22.   Gostaria de parabeniza-los pelo fudido DVD Live at Art Underground(2008). Já existem planos pra lançar um novo material nesse formato?
Paulo: Agradeço os elogios. Por enquanto, não temos planos para realização de outro dvd. Na verdade, a idéia do dvd foi sugestão de um grande amigo nosso, ao assistir a filmagem do show em Cuiabá. Então fomos agregando outras idéias, aprimorando os conceitos e acabamos por lançar um material duplo, contendo não apenas o show em Cuiabá/MT, mas também alguns bônus, biografia etc. Serviu para celebrarmos parte de nossa história e compartilhar um momento que foi bastante representativo e marcante para o Embalmed Souls. Somos gratos ao pessoal de Cuiabá.

 23.  A banda já está trabalhando em músicas novas? Será que seria possível fazer uma estimativa de quando teremos o prazer de desfrutar de novos hinos do Embalmed Souls?
Paulo: Sim, temos diversas músicas novas e outras em fase de conclusão. A nossa intenção é gravar outra demo neste ano de 2010. Temos outras idéias também, mas dependem de alguns fatores ainda a serem definidos. Mas certamente haverá um novo registro com músicas novas.

 24.  Muito obrigado por esse grande suporte amigo Paulo. Espero um dia realizar o meu sonho e poder ver o Embalmed Souls ao vivo. Forever Underground!
Paulo: Agradeço o apoio e o espaço concedido. Prazer imenso poder compartilhar parte de nossa trajetória com o Penumbra zine. A quem possa interessar: nosso material está disponível para trocas com bandas, fanzines, tape-traders e todos que queiram se submeter aos ritos de possessão. Death metal is the law and forever shall be until the last drop of blood in our veins! Death by metal!