Mais uma grande banda de Death Metal, da capital baiana, Salvador. Mantendo a tradição em revelar grandes nomes para o cenário Death Metálico, o ESCARNIUM, só veio ainda mais pra fortalecer a cena de sua cidade, do país e do mundo. Em pouco tempo de banda já lançaram grandes registros e puderam fazer uma grande turnê pela Europa. Conversei com o vocalista/guitarrista Victor Elian, que gentilmente cedeu essa entrevista.
01. Saudações
Victor e ESCARNIUM! Primeiramente gostaria de parabenizar você e a banda por
esses grandes registros já lançados: Covered In Decadence (Demo 2009),
Celebration The World of Decadence (Split 2010), Rex Verminorum (EP 2011),
Decrepit Aberration (Split 2012) e Excruciating Existence (Full-lenght 2012). A
banda tem como objetivo lançar um trabalho a cada ano pelo menos? Como tem sido
a divulgação e aceitação desses materiais no underground e quais deles ainda
podem ser adquiridos?
VE- Antes de tudo gostaria de
agradecer pela entrevista e pelas congratulações, será um prazer responder a
todas as suas perguntas.
Não temos nenhuma meta, coincidiu que desde 2009 tem saído um material por ano mas não é algo planejado, cronometrado, simplesmente aconteceu. Só estamos dando continuidade a todas as ideias que temos. A aceitação tem sido muito positiva desde a Primeira demo lançada(Covered in Decadence). O Ep Rex Verminorum foi eleito com um dos melhores lançamentos de death metal no ano de 2011 não só aqui no Brasil como na Europa. O álbum(Excruciating Existence) anda recebendo bons reviews e ainda irá sair no Brasil. Só foi lançado na Europa até o momento. A versão nacional foi remixada e contará com alguns bônus como faixas multimídias etc.
Não temos nenhuma meta, coincidiu que desde 2009 tem saído um material por ano mas não é algo planejado, cronometrado, simplesmente aconteceu. Só estamos dando continuidade a todas as ideias que temos. A aceitação tem sido muito positiva desde a Primeira demo lançada(Covered in Decadence). O Ep Rex Verminorum foi eleito com um dos melhores lançamentos de death metal no ano de 2011 não só aqui no Brasil como na Europa. O álbum(Excruciating Existence) anda recebendo bons reviews e ainda irá sair no Brasil. Só foi lançado na Europa até o momento. A versão nacional foi remixada e contará com alguns bônus como faixas multimídias etc.
02. Pode
rolar uma versão em LP de Excruciating Existence, assim como dos outros
registros? A que cerca o contexto lírico desse novo trabalho?
VE – Em 2013 o Excruciating
Existence será lançado em Vynil por dois selos gringos, mas ainda estamos
aguardando antes de divulgar quais são. Os outros trabalhos tiveram
relançamentos mas, em TAPE.
03. Vocês
realizaram esse ano uma turnê pela Europa, e como falei contigo... Fiquei
sabendo de que a banda foi muito ameaçada por lá por partes de grupos
neo-nazistas... O que realmente aconteceu? A galera criou e distorceu muito os
fatos?
VE – Muito boa essa pergunta.
Como sei que esta entrevista irá circular por nossa cidade aproveito para
esclarecer todos os “boatos” que surgiram.
Infelizmente Salvador é uma cidade muito provinciana
e tudo é aumentado distorcido. As pessoas parecem velhas de cidade do interior
olhando através de sua janela para a vida alheia. Isso é ridículo. Já ouvimos
de tudo: Ouvimos: que ficamos ricos, que passamos fome, que pagamos para tocar,
Ouvimos também que não sabíamos falar inglês e por isso não deveríamos ir, que
era muito cedo.
Nada disso aconteceu, eu e o baterista falamos inglês, não ficamos ricos nem passamos fome ahahhaha e nem pagamos para tocar infelizmente as coisas por lá são muito diferentes do que aqui e ao final de cada show sempre recebíamos algo pelo show e tínhamos uma boa venda de merchandise... Acabamos com as cópias do Excruciating Existence que tínhamos , vendemos mais de 180 camisas alem de diversas trocas que fizemos... Voltamos com uma mala de material de outras bandas e quase tudo já foi distribuído. Não foi nada precoce e sim no momento oportuno.
Sobre a ataques nazistas não ocorreram, houve sim um problema com uns bêbados do subúrbio de Varsóvia mas não resultou em briga ou coisa do tipo. A verdade é que vimos muitas pessoas associadas a partidos nazistas principalmente na Polônia mas, não sofremos nenhum “ataque por diversos grupos nazistas” isso não ocorreu. Lembrando que a Europa está em crise isso motiva mais ainda esta merda, então era comum ver pessoas que compartilham destes ideais e felizmente ou infelizmente alguns deles foram até bastante educados dizendo admirar o metal brasileiro. Tirando este fato não tivemos problemas, transitamos 40 dias pela Europa sem maiores problemas. Quem anda ou andou no Brasil anda tranquilamente em qualquer lugar do mundo.
Nada disso aconteceu, eu e o baterista falamos inglês, não ficamos ricos nem passamos fome ahahhaha e nem pagamos para tocar infelizmente as coisas por lá são muito diferentes do que aqui e ao final de cada show sempre recebíamos algo pelo show e tínhamos uma boa venda de merchandise... Acabamos com as cópias do Excruciating Existence que tínhamos , vendemos mais de 180 camisas alem de diversas trocas que fizemos... Voltamos com uma mala de material de outras bandas e quase tudo já foi distribuído. Não foi nada precoce e sim no momento oportuno.
Sobre a ataques nazistas não ocorreram, houve sim um problema com uns bêbados do subúrbio de Varsóvia mas não resultou em briga ou coisa do tipo. A verdade é que vimos muitas pessoas associadas a partidos nazistas principalmente na Polônia mas, não sofremos nenhum “ataque por diversos grupos nazistas” isso não ocorreu. Lembrando que a Europa está em crise isso motiva mais ainda esta merda, então era comum ver pessoas que compartilham destes ideais e felizmente ou infelizmente alguns deles foram até bastante educados dizendo admirar o metal brasileiro. Tirando este fato não tivemos problemas, transitamos 40 dias pela Europa sem maiores problemas. Quem anda ou andou no Brasil anda tranquilamente em qualquer lugar do mundo.
É claro que quando você está
em uma estação de trem de um subúrbio de uma capital você está sujeito a
qualquer situação mas, isso não é muito diferente do que seria aqui. Da maneira
que você ouviu fica parecendo que em todos os shows tinham manifestações
nazistas de todos os tipos etc hahah. Tocamos em um festival na Bósnia
anti-facista e em um club antifa na Alemanha.
04. Fale-nos
mais sobre a turnê... Como foi essa experiência?
O que a banda teve que bancar pra ir tocar lá e como foi a negociação com os
produtores? Com quais bandas vocês dividiram palco e que países passaram? Quais
as diferenças que você pode notar entre a cena de lá e a daqui do Brasil?
VE – Experiência única!Uma
vitória conquistada com muito esforço! Voltaremos no segundo semestre de 2013
já está tudo programado. O primeiro passo da tournê foi conseguir agendar 4
shows na Europa para o Escarnium contando com o suporte de alguns contatos que
tinha. E então percebi que seria mais viável programar um tour. Imediatamente
falei com Daniel Duracel para me ajudar com isso. O mesmo foi extremamente
solicito e em alguns meses (acreditem ou não) Ele fundou a RoadMaster Booking
Agency. Empresa na qual cuida de agendamentos de tournês etc. Essa parceria com
o Daniel já vem a um bom tempo e foi fundamental para que a tour fosse
realizada.. E continuamos em parceria um ajudando o outro. Tivemos que bancar
nossas passagens e os dias de folga que não tínhamos shows.Para maiores
detalhes da tournê é melhor entrarem em contato comigo ou com a Roadmaster
rsrs.
Se eu for citar todas as
diferenças irei ficar horas escrevendo sobre isso. Eu acho que a principal
diferença é que lá as engrenagens do underground funcionam, andam sozinhas por
diversos motivos. Ao contrário daqui.
Passamos pela Alemanha ,
Holanda , Espanha , Polônia, Croácia, Rep Tcheca,Bulgaria, Romênia, Bosnia, não
sei se falei todos.
Tocamos com uma caralhada de bandas, as que mais marcaram foram: Coffins , Diocletian, Squash Bowels , Funeral Whore , Destroyng Divnity ,Warfield(México) entre várias outras. Uma tour como essa é muito satisfatória tivemos oportunidade de conhecer culturas totalmente desconhecidas para os Brasileiros, podemos conhecer realidades de países que sofreram com guerras onde houve limpeza étnica, andamos em campos de concentrações experimentamos bebidas e comidas de todos os tipos... Além de poder conhecer muitos dos nossos contatos pessoalmente. Não tem preço que paga isso tudo e nós da Escarnium não queríamos esperar uma década ou mais para realizar isso, tinha de ser neste momento não achamos nada precoce e sim oportuno.
Tocamos com uma caralhada de bandas, as que mais marcaram foram: Coffins , Diocletian, Squash Bowels , Funeral Whore , Destroyng Divnity ,Warfield(México) entre várias outras. Uma tour como essa é muito satisfatória tivemos oportunidade de conhecer culturas totalmente desconhecidas para os Brasileiros, podemos conhecer realidades de países que sofreram com guerras onde houve limpeza étnica, andamos em campos de concentrações experimentamos bebidas e comidas de todos os tipos... Além de poder conhecer muitos dos nossos contatos pessoalmente. Não tem preço que paga isso tudo e nós da Escarnium não queríamos esperar uma década ou mais para realizar isso, tinha de ser neste momento não achamos nada precoce e sim oportuno.
05. Vocês
parecem ser bastante novos... Qual a média de idade entre os integrantes da
banda? Você particularmente ouve e toca Metal há pouco tempo?
VE- O mais novo tem 21 e o
mais velho 27. Eu tenho 25 o batera 23.
Cara isso é relativo estou
nessa desde os 12 para 13 anos com 16 anos já estava tocando em projetos..
Eucini o outro guitarrista também já tocou em diversas bandas como
Geminicarius, Crucificator, Bennemerinnem entre outas... Agora se isso é pouco
ou muito não sei... Depende do ponto de vista. Se o camarada já está com seus
30 e la vai ainda não passamos de um monte de garotos. Acredito que em um pouco
mais de 10 anos de cena já é o suficiente para você ver muita coisa e aprender
muito. Mas ainda a muito a ser percorrido.
06. E como é pra você tocar guitarra e cantar ao
mesmo tempo? Que outros vocalistas/guitarristas e vocalistas/baixistas você
acha que desempenham bem ambas as funções?
VE – Tudo na ESCARNIUM é no
velho cara e coragem, quando nosso primeiro vocal saiu da banda eu não fazia
ideia de como tocar e cantar, mas, decidi arriscar e fluiu.... Não sei como
isso aconteceu pra ser sincero. Aquela velha história, a oportunidade faz o
ladrão haha.
Eu acho que o Chuck do
Death, Jon do Dissection, David Vicente
do Morbid Angel o velho Lemmy executavam
e executam essas funções de forma mágica
digo isso pela complexidade de suas músicas etc... Mas não posso dizer que fui
influenciado por alguém, pois tive que fazer na marra hahahah não foi algo em
que desde garoto tinha vontade de fazer entende. Eu sempre quis tocar, mas
sempre achei que não podia tocar e cantar.
Hoje gosto pra caralho do que faço... A única coisa que me incomoda é que me deixa um pouco preso mas, tá valendo.
Hoje gosto pra caralho do que faço... A única coisa que me incomoda é que me deixa um pouco preso mas, tá valendo.
07. Você é freqüentador assíduo do Pinguelo Doce (bar underground de Salvador, risos)? O que você ama e odeia em nossa cidade?
VE- Na verdade não!
Moro perto deste bar, mas, não
sou um frequentador. Na verdade nem saio tanto de casa assim... cada vez mais
tenho desânimo de sair pela cidade de Salvador.
Sinceramente ultimamente anda
difícil de destacar o que eu ame nesta cidade...
Salvador está entre as 5
piores capitais do Brasil para se viver, e isto é fato comprovado. violência
aumenta gradativamente, as ruas fedem a lixo, botar a pica pra fora e mijar na
rua é algo comum nesta cidade, a verdadeira cultura da cidade está escondida
mal divulgada esquecida.O trânsito um verdadeiro caos. Custo de vida altíssimo. Se eu tivesse
a oportunidade de sair iria fazer sem pensar. O preconceito entre raças e
classes sociais está aberto uma guerra que se camufla no dia a dias das pessoas
que aqui residem.
Eu acredito que a maioria dos Headbangers que aqui residem sabem que, salvador é um território totalmente inóspito para a nossa cultura. A cultura da música extrema, do underground. As casas de show são caríssimas devido a dominação do pagode e outros ritmos ridículos que temos por aqui e são incetivados por iniciativa privada, mídia etc...
Eu acredito que a maioria dos Headbangers que aqui residem sabem que, salvador é um território totalmente inóspito para a nossa cultura. A cultura da música extrema, do underground. As casas de show são caríssimas devido a dominação do pagode e outros ritmos ridículos que temos por aqui e são incetivados por iniciativa privada, mídia etc...
Não me refiro as grandes
bandas que existem por aqui ou que estão surgindo a todo momento. Deixo Claro
que meu descontentamento é com a cidade de Salvador. Geralmente quando posso
nos finais de semana saio da cidade vou para algum interior.
08. Você
ouviu o Liar In Wait do Amon (nova banda dos ex-Deicide Brian e Erick Hoffman)?
O que achou? Quais foram pra você os grandes lançamentos do ano no Metal em
geral?
VE- Não curti muito não pra
ser sincero meu velho. Eu acho que o que mais me chamou atenção este ano foi o
disco do Asphyx Deathammer e uma banda Americana chamada SKELETAL REMAIS
09. Qual a sua opinião sobre a legalização das drogas no Brasil?
VE – Sou uma pessoa totalmente
contra a falsa moral que existe na cultura Brasileira, não estou nem aí pra
quem fuma maconha, cheira pó, usa ácido ou toma uma dose cachaça todos os dias
no buteco da esquina... Por mim tanto faz o que as pessoas estão fazendo de
suas vidas, assim como também não sou homofóbico e pouco me importa se um casal
gay constitui ou não uma família.
Só acho que o Brasil não tem condição nenhuma para administrar todos estes tipos de situações.Não temos leis adequadas, profissionais preparados e o pior, temos uma sociedade extremamente conservadora o que dificulta tudo ainda mais, por mais hipócrita que isto seja. Então é melhor deixar do jeito que está. Mas sou a favor da liberação de tudo nesta porra!
Só acho que o Brasil não tem condição nenhuma para administrar todos estes tipos de situações.Não temos leis adequadas, profissionais preparados e o pior, temos uma sociedade extremamente conservadora o que dificulta tudo ainda mais, por mais hipócrita que isto seja. Então é melhor deixar do jeito que está. Mas sou a favor da liberação de tudo nesta porra!
10. Cite por
gentileza 10 grandes álbuns clássicos do Metal:
VE-
Pergunta maldita! Hahaha
Ok, não gosto muito dessas top
10 pois sempre algo fica de fora mas ok,
1 – Iron Maiden (Iron Maiden , Killers)
2- Exciter – Heavy Metal Maniac
3- Venom- Black Metal
4- Celtic Frost – Morbid Thales
5- Bathory – Bathory
6- Death - Scream Bloody Gore
7- Entombed Left Hand Path
8- Grave – Into the Grave
9- Sarcófago – INRI
10- Sepultura – Schizophrenia
Porra! Fico faltando uma porrada bicho!! Nunca acho justo isso!
11. Podemos esperar para o ano que vem um novo registro do Escarnium?
VE- Não sei... Estamos focados
na tournê e no lançamento do vynil. Temos algumas músicas prontas mas, acredito
que esperaremos um pouco antes de lançar algo novo. Devemos gravar algo em 2013
mas não iremos lançar no mesmo ano. Tudo
indica que o próximo lançamento será em 2014
12. Nos diga
por gentileza quais foram as últimas entrevistas cedidas pela banda para que
possamos ter outras boas leituras...
VE – Sepulchral Voice fanzine,
Thundergod zine, Necromaniac zine(Alemanha)
Spain death metal… e não me lembro mais, quais foram as outras, a maioria foi pra zine gringo…
Spain death metal… e não me lembro mais, quais foram as outras, a maioria foi pra zine gringo…
13. Quais os
grandes lançamentos desse ano em sua opinião?
VE- como disse lá em cima o ASPHYX DEATHAMMER foi fudido, além da banda
americana Skeletal Remains
14. Muito
obrigado pela entrevista! Esperamos por mais um registro do Escarnium e boa
sorte com a divulgação de Excruciating Existence! FOREVER UNDERGROUND!
VC- Muito obrigado, agradeço pela força... Nos falamos por ae...
VC- Muito obrigado, agradeço pela força... Nos falamos por ae...
ESCARNIUM
Full lenght: Excruating Existence (2012) - 09 faixas - 38:40 - Hellthrasher Productions
Formação: Nestor Carrera (bateria), Eucini Santy (guitarra), Victor Ellian (guitarra/vocal), Vitor Giovanni (baixo).
Mais um grande lançamento do grande Escarnium. A banda nos bringa em seu primeiro full-lenght com um Death Metal totalmente destruidor, aterrorizante, maléfico... Mantendo a qualidade já presente em seus antigos trabalhos, a banda mantém a tradição da capital baiana em produzir Death Metal da mais alta qualidade e profissionalismo, de bandas como Headhunter DC, Incrust, Poisonous... A banda mostra que tem músicos muito técnicos, dosando variação e peso com maestria, linhas macabras de guitarra (fudidas, conseguem criar uma atmosfera extremamente mórbida), baixo pesado se envolvendo bem com as guitarras e uma bateria bem variada e rápida. Foda! Que saia logo a versão em LP!
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